quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A Ghost Story (2017)

Sinopse: A Ghost Story foca-se em Rooney Mara, que interpreta uma mulher em depressão pela perda do seu marido, interpretado por Casey Affleck, que a atormenta de forma peculiarmente “romântica”, além de estar vestido como quase todos os fantasmas (totalmente coberto com um lençol branco com dois buracos cortados na direcção dos seus negros olhos). Eventualmente, o fantasma perceberá que o tempo é infinito para ele, sendo forçado a assistir passivamente como o mundo muda, e como os seus entes queridos vão e vêm.

Opinião: Este filme desperta logo a curiosidade apenas pelo poster de apresentação com um original fantasma de lençol e dois buracos no lugar dos olhos. Fez um imenso sucesso no Festival Sundance em Janeiro deste ano, onde foi apresentado pela primeira vez.
A acção inicia-se com a rotina de um jovem casal que é quebrada quando o rapaz tem um acidente e morre. A partir daqui a acção decorre do ponto de vista do fantasma que vê a vida seguir sem ele que permanece preso à sua nova realidade. 
A Ghost Story não será um filme de terror mas se calhar mais um drama: apesar da sobrenaturalidade da situação, não presenciamos nenhum susto mas sim assistimos à nossa própria reflexão sobre o ponto de vista da pessoa que passa ao plano imaterial. 
É interessante não existir quase diálogos e ainda assim conseguir tal expressividade por parte de Casey Affleck que passa todo o filme com um lençol na cabeça.
De um ponto de vista reflexivo aconselho vivamente este filme.

Nota: 7/10

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Jigsaw: O Legado de Saw (2017)

Sinopse: O legado do assassino Jigsaw continua a atormentar a vida das pessoas. Corpos começam a aparecer por toda a cidade, cada um desenhado com as mais horrendas das mortes. Todas as investigações apontam na mesma direcção mas ninguém quer ousar dizer o nome do homicida falecido.

Opinião: Como grande fã da saga Saw, aguardei com muito entusiasmo este Jigsaw. Embora com algumas reservas, visto no passado a saga ter vindo a perder qualidades de filme para filme, a expectativa para algo bombástico era latente. Após o visionamento, precisei de alguns dias para assimilar e poder emitir uma opinião clara e objectiva.
A acção começa com uma perseguição policial a um jovem que aparenta ser uma possível vítima de Jigsaw ao dizer que o jogo está a começar. Somos então transportados para um jogo com cinco pessoas e revivemos o famoso discurso de John Kramer. Os corpos dos que vão morrendo no jogo, aparecem pela cidade e a polícia começa então a desconfiar que Kramer estará vivo. A partir daqui até ao final assistimos à mudança constante entre investigação e o decorrer do jogo, muitas vezes brusca, e adivinha-se facilmente o que vai acontecer a seguir. A reviravolta final acaba por materializar a impressão de desilusão, falta de imaginação e falta daquilo que é no fundo Jigsaw.
Os actores não são maus mas nenhum impressiona pelo seu desempenho, as personagens têm uma falta gigante de profundidade e os jogos deixam a desejar tanto no gore como na originalidade ou como no sentido de urgência que deveriam transmitir.
Em suma, é um filme a não perder embora não nos identifique com a saga de há dez anos atrás nem traga nada de surpreendente.

Nota: 6/10

Gerald's Game (2017)

Sinopse: Quando os jogos de sexo do marido correm mal, Jessie, algemada a uma cama numa remota casa num lago, enfrenta visões alucinantes, segredos negros e uma escolha terrível.

Opinião: Este filme criou-me um grande dilema: ao mesmo tempo que se trata de uma adaptação de Stephen King, um dos meus escritores preferidos, o seu realizador é Mike Flanagan que infelizmente me desiludiu nas suas últimas longas e portanto lutei com o ímpeto de optar por ler o livro. Mas tendo sido um grande sucesso na Netflix, tive que visionar.
A acção é quase um cliché com um casal que decide passar algum tempo numa casa isolada com vista a salvar o seu casamento mas dá o mote para uma sensação de desconforto seja com a cinematografia, seja com o desempenho dos actores.
Com um único espaço de acção durante 90% do filme seria de esperar que o mesmo se tornasse aborrecido, o que não acontece de todo. O magnífico desempenho de Carla Gugino, com o apoio de Bruce Greenwood, é suficiente para nos manter em suspense do princípio ao fim e sempre na expectativa de como as coisas vão acabar para Jessie.
Gerald's Game é já reconhecido como a melhor adaptação de Stephen King deste ano!

Nota: 7/10

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Before I Wake (2016)

Sinopse: O casal Jessie e Mark adoptam Cody, uma criança de 8 anos que sofre de pânico de adormecer. A princípio, presumem que os seus lares anteriores poderão ter causado esta aversão, mas a realidade é que os sonhos de Cody materializam-se enquanto ele dorme. Estas manifestações são belas e inocentes numa primeira fase, mas também os pesadelos de Cody começam a ganhar forma e a espalhar o caos...

Com o título original “Somnia”, seria o último capítulo de uma trilogia com títulos em latim em conjunto com “Absentia” (2011) e “Oculus” (2013), este último exibido no MOTELX. “Before I Wake” foi estreado em Julho no Fantasia e confirma Mike Flanagan como um dos mais consistentes cineastas de terror neoclássicos, tal como James Wan, surgido nos últimos anos.

Opinião: Não fiquei fã do trabalho anterior de Flanagan mas uma vez que temos novamente um filme do realizador no MOTELX, achei que merecia outra oportunidade.
A acção é qualquer coisa de fiérico, o casal perfeito, na casa perfeita, a criança adoptada muito doce e querida, em suma o verdadeiro conto de fadas de Hollywood. O problema surge quando, para além dos sonhos de Cody, também os pesadelos se materializam. A acção tem imensas falhas bem como a representação mas tem uma ideia bem conseguida. O final péssimo.
Não o classificaria como filme de terror mas sim como fantasia. 

Nota: 5/10

Raw (2016)

Sinopse: Quando uma jovem vegetariana sofre um ritual de carnificina na escola de veterinária, um gosto espontâneo para a carne começa a crescer nela.

Opinião: Filme de estreia de Julia Docornau, franco-belga, premiado em Cannes e com relatos de desmaios e pessoas a saírem do Festival de Toronto 2016 de ambulância é daquelas coisas que têm tudo para serem magníficas.

A acção começa com uma jovem que acaba de ingressar na faculdade de veterinária, que a irma mais velha ja frequenta, e passa por todos os rituais de iniciação à vida académica, entre eles, comer rins de coelho crus. A partir daqui, e no meio dos excessos das festas académicas, cresce em Justine um desejo por carne...humana. À medida que a acção se desenrola, segredos vão sendo desvendados ao mesmo tempo que a descoberta da vida na universidade incentiva a alguns excessos.
As personagens são muitos interessantes bem como os diálogos e a cinematografia dá o compasso perfeito para o ambiente sinistro e desconfortável que é o nascimento de um canibal. O gore não é excessivo, pelo menos não ao ponto de chamar a ambulância, mas está na conta perfeita para tornar esta longa inesquecível.

Nota: 8/10