quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Mandy (2018)

Sinopse: 1983. Algures numa região isolada das Shadow Mountains na Califórnia, o lenhador Red Miller vive apaixonado pela encantadora e misteriosa Mandy Bloom. Mas a vida pacata que construiu para si mesmo desmorona súbita e tragicamente quando um grupo descontrolado de idólatras invadem furiosamente o seu idílico paraíso. Destroçado, a existência de Red resume-se agora a um único pensamento: vingança. Estreado em Sundance, presente na Quinzena dos Realizadores de Cannes, o muito aguardado segundo filme de Panos Cosmatos (“Beyond the Black Rainbow”) tem desta vez Nicolas Cage como protagonista, mas mantém a capacidade para induzir estados alternativos de consciência no espectador. É também o último filme que conta com a música do malogrado compositor islandês Jóhann Jóhannsson.

Opinião: Apesar das muitas más opiniões sobre os filmes cujo protagonista é Nicolas Cage, eu sou grande apreciadora deste actor e não perco a oportunidade de ver um filme com ele. Mandy passou no MOTELX2018, sessão a qual não pude comparecer e que visualizei posteriormente.
A acção evolui de forma muita lenta e a primeira meia hora em que há uma ténue construção de personagens chega a ser aborrecida. Só quando estes fanáticos invadem a casa do casal é que nos começa então a despertar mais o interesse. Com uma cinematografia espectacular e bastante psicadélica, este filme falha um pouco na profundidade de história. No entanto, penso que a ideia seria criar uma obra de arte, na verdadeira acepção do termo, mais do que fazer um tenso filme de terror. 
Os actores, com especial destaque para Cage, estão muito bons e Cage perfeito ao adequar o comportamento e expressões ao clima geral que este filme transmite. Não sou muito fã de filmes grindhouse e talvez por isso não fiquei muito impressionada, já para os fãs vai certamente fazer as delícias.

Nota: 6/10

sábado, 15 de setembro de 2018

A Purga: Ano de Eleições (2016)

Sinopse: Passaram-se dois anos desde que Leo Barnes decidiu não levar a cabo um acto de vingança na “noite de purga”, um acontecimento anual em que durante 12 horas a lei fica sem efeito e qualquer tipo de crime é permitido pelo estado. Leo é agora responsável pela equipa de guarda-costas da candidata à presidência e senadora Charlie Roan e a sua missão é protegê-la nesta noite em que a candidata se torna num alvo a abater. James DeMonaco, criador do franchise “The Purge”, traz-nos o derradeiro capítulo da saga, em mais um filme repleto de adrenalina que nos faz olhar de forma diferente para a nossa sociedade e para o ser humano, chegando-nos curiosamente em pleno furor das eleições para a presidência dos EUA.

Opinião: James DeMonaco, cheio de criatividade, está imparável e não perde muito tempo em adiantar sequelas ao franchise "The Purge". Desta feita chega o terceiro filme, desta vez em clima de eleições.
A acção desta vez vai buscar Leo Barnes do filme precedente cuja missão é proteger uma senadora candidata à presidência e vista de lado devido a determinadas ideias e projectos que tem caso seja eleita. Sem adiantar nada de novo, embora com um tema mais ambicioso que os anteriores, este filme mantém o nível perdendo apenas um pouco por mostrar mais do mesmo. Nota-se algumas incongruências nas personagens relativamente às escolhas que fazem, no entanto os actores são bons e a premissa mantém-se com bastante acção e os habituais conflitos morais.
Quem acompanha a saga, é mais um a não perder.

Nota: 6/10

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

A Purga: Anarquia (2014)

Sinopse: Várias pessoas tentam sobreviver à Noite da Purga, um período de 12 horas em que todos os crimes são permitidos. Sem lugar onde se proteger, todos tentam sobreviver ao caos e à violência que invadem as ruas.

Opinião: James DeMonaco não se quis ficar pelo primeiro e tenta uma sequela de A Purga. Como apreciei bastante o primeiro, tinha mesmo que ver o segundo.
A acção é um pouco diferente do primeiro filme, não se focando apenas numa família mas em várias situações: um homem que procura vingança, uma mãe e filha sozinhas e um casal cujo carro avaria antes de chegarem a casa para se protegerem da noite de purga.
Com bastante mais acção e apresentando-nos um conflito moral em diversas situações, esta sequela melhora largamente alguns aspectos do primeiro filme que era bem mais calmo.
Actores desconhecidos (relembre-se a participação de Ethan Hawke e Lena Headey) que fazem um excelente trabalho, um bom guião e uma boa cinematografia, este é mais um filme a não perder.
Não implica a visualização do primeiro filme dado que as histórias são completamente independentes.

Nota: 7/10

A Purga (2013)

Sinopse: Se pudesse cometer qualquer crime sem consequências, o que faria? Numa América do futuro, o governo autoriza um período de 12 horas anualmente, durante o qual toda a actividade criminosa, incluindo assassinato, se torna legal: a purga. Quando um intruso invade o condomínio fechado de James Sandin, dá início a uma sequência de eventos que ameaça destruir a sua família. Agora, cabe a James, à sua mulher, Mary, e aos seus filhos sobreviverem à noite sem se transformarem nos monstros dos quais se escondem.

Opinião: As opiniões sobre este filme dividem-se bastante principalmente pelo mote do filme: a possibilidade de uma vez por ano se poder cometer qualquer tipo de crime sem ser punido por isso. Por mais que isto possa ser falacioso ou não, penso ser importante focar no principal que é fazer um bom filme.
A acção foca-se numa família de novos ricos que conseguiram o que têm graças à venda de sistemas de segurança e desde cedo somos confrontados com a possível inveja e falsidade dirigida a esta família pelos outros membros da comunidade onde vivem. O conflito moral de várias situações é-nos constantemente apresentado durante todo o filme e os eventos que vão levando uma coisa a outra deixam-nos colados ao ecrã do inicio ao fim. A tensão e a história estão lá e as personagens podiam ser um pouco melhores nalgumas situações. É de facto um bom thriller.

Nota: 8/10

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Elizabeth Harvest (2018)

Sinopse: Elizabeth é uma jovem mulher recém-casada com o brilhante geneticista Henry. Depois de se mudarem para a propriedade rural do marido, é dada autorização a Elizabeth para explorar qualquer parte da propriedade, excepto o laboratório pessoal de Henry. Infelizmente, a jovem fica com um profundo desejo de saber o que se esconde por trás daquelas portas. Certo dia, quando o marido está ausente, Elizabeth aproveita para explorar a sala secreta e o que descobre não só altera por completo a imagem que tem de Henry, mas também da sua própria existência.

Opinião: Não fosse por fazer parte da sessão de encerramento do MOTELX 2018, nunca me atrairia visionar este filme. 
Uma acção bastante banal conforme confirma a sinopse, só com a primeira revelação parece que a mesma vai ficar mais intensa. No entanto, o interesse despertado dura pouco tempo pois começa a perder a tensão e qualidade com uma protagonista muito fraca e um guião bem péssimo. Mesmo com dois bons actores, não são estes suficientes para salvar este filme e a impressão que temos é que a determinada altura não sabem bem como avançar com a acção precipitando-se numa segunda revelação bem medíocre. Um thriller fraco com cinematografia fraca e uma premissa interessante mas mal explorada.
O final é absolutamente banal.

Nota: 5/10

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

The Cleaning Lady (2018)

Sinopse: Enquanto tenta sair de uma atribulada relação com um homem casado, Alice desenvolve uma amizade com Shelly, a jovem que contratou para tratar da limpeza da casa e cujo rosto está desfigurado devido a um acidente na infância.Alice é tímida e Shelly irá, gradualmente, conhecer o seu passado perturbador e aprender que algumas cicatrizes são mais profundas do que aparentam. Jon Knautz é bem conhecido dos espectadores do MOTELX: o seu primeiro filme, “Jack Brooks: Monster Slayer”, encerrou a edição de 2009 e os subsequentes “The Shrine” e “Goddess of Love” foram projectados, respectivamente, em 2011 e 2015. Baseado numa curta-metragem — com a protagonista Alexis Kendra no papel de Shelly —, este é o filme mais negro e perturbador do realizador.

Opinião: À primeira vista a sinopse é simples mas o trailer já promete alguma acção com a personagem de Shelly. The Shrine é um dos filmes da filmografia deste realizador que muito apreciei e então decidi visioná-lo durante o festival MOTELX.
A acção tem o ritmo e tensão perfeitos na primeira metade do filme tendo em conta que acompanha quase exclusivamente a evolução do relacionamento das personagens de Alice e Shelly e também nos revela alguns pontos que virão a ser cruciais. A segunda metade é cheia de violência e gore em muito boa medida com um final e revelações altamente perturbadores.
Actores espectaculares, com destaque para a tímida Shelly de Rachel Alig, uma boa cinematografia e um cruzamento de histórias bastante destabilizadoras fazem deste filme um must see.

Ghost Stories (2017)


Sinopse: O professor Phillip Goodman, psicólogo céptico por natureza, tem a sua racionalidade testada ao limite quando se cruza com uns ficheiros perdidos que contêm detalhes de três “assombrações” aterrorizantes. Impressionado pelo que leu, Goodman embarca numa missão para encontrar explicações lógicas para estes casos. À medida que se debruça sobre estas histórias, o mundo racionalista que construiu à sua volta começa a desmoronar-se. Será uma partida da sua mente ou existem forças ocultas em acção? Goodman é atraído gradualmente para a revelação de um segredo há muito guardado que irá virar o seu mundo do avesso. Adaptação cinematográfica da peça de grande sucesso escrita e encenada pela dupla Andy Nyman e Jeremy Dyson, que assinam a realização desta pequena antologia que é, na realidade, uma carta de amor ao cinema de terror britânico.

Opinião: Tendo em conta a sinopse e a publicidade deste filme, parti para o mesmo com uma ideia concebida que viria a ser completamente contrariada.

A acção no inicio é bastante cativante, no aspecto em que o professor Goodman, um céptico, se dedica a denunciar casos de assombrações falsos e lhe são apresentados ficheiros de casos por resolver que ele deverá investigar se são verdadeiros ou se se tratam de mais farsas. Esta teoria mantém-nos presos até mais ou menos metade do filme, momento em que ficamos um bocado aborrecidos pois nada de especial está a acontecer. Embora por diversas vezes nos seja passada a mensagem de que o nosso cérebro vê aquilo que quer, chegamos à reviravolta volta final sem a prever de todo e que se revela bastante inteligente.
É um filme interessante adaptado de uma peça de teatro mas que não é assim tão assustador quanto isso. De ressalvar os últimos dez minutos de filme.

Nota: 6/10

sábado, 8 de setembro de 2018

Upgrade (2018)

Sinopse: Após um brutal assalto, que vitimiza a sua esposa e o deixa paralisado, Grey Trace é contactado por um inventor bilionário com uma cura experimental que irá “melhorar” o seu corpo. A cura - um implante de inteligência artificial denominado STEM - permite a Grey aceder a habilidades físicas nunca antes experimentadas, incluindo uma vontade implacável de exercer vingança sobre aqueles que assassinaram a sua esposa e o deixaram para morrer. “Upgrade” é uma visão 
hiper violenta de um futuro não muito distante, produzido pela Blumhouse Pictures — a mesma de “Get Out” — e escrito e realizado por Leigh Whannell, criador de “Saw” e “Insidious”. Destaque também para a interpretação bastante exigente de Logan Marshall-Green, que pudemos ver num dos mais falados filmes de terror recentes, “The Invitation” (MOTELX 2015).

Opinião: Só por ser do criador de Saw e Insidious, este filme merecia sem dúvida ser visto, mesmo apesar de não ter uma sinopse apelativa e um trailer menos apelativo ainda.
A acção, de início, não contém nada que já não se tenha visto, um casal que é assaltado resultando na morte da esposa e ficando Grey tetraplégico. Numa visão futura em que muitas coisas se baseiam em inteligência artificial, um inventor bilionário convence Grey a colocar um implante que o fará andar de novo. Com esta possibilidade, Grey aproveita para por em prática um plano de vingança com uma ajuda muito especial.
Confesso que não fiquei muito impressionada com o filme mas a premissa é interessante. O destaque é de facto absoluto para a personagem de Grey, interpretada por Logan Marshall-Green que prova mais uma vez o seu imenso valor.
Com muito pouco gore e pouca tensão, contrariamente ao que Leigh Whannell nos habituou, não deixa de ser um filme relevante.

Nota: 6/10

Mary Shelley (2017)

Sinopse: Mary e Percy apaixonam-se e, para horror da família de Mary, decidem fugir juntos. É durante a sua estadia na casa de Lord Byron que a ideia para a criação de Frankenstein toma forma quando um desafio é lançado a todos os hóspedes para criarem um conto de terror. No entanto, a sociedade daquele tempo ainda não está preparada para aceitar e reconhecer o valor de mulheres escritoras. Com apenas 19 anos, Mary é forçada a confrontar-se com estes preconceitos, tanto para proteger o seu trabalho como para forjar a sua identidade. A história de Mary Wollstonecraft Godwin — autora de "Frankenstein”, um dos romances góticos mais famosos de sempre — e a sua intensa e tempestuosa relação com o conhecido poeta romântico Percy Shelley.

Opinião: Mary Shelley é uma das escritoras que bastante admiro, não só pela tão bem conhecida obra de Frankenstein mas pela sua força interior como mulher, feminista e uma especialista em romper valores e princípios da Inglaterra do século XVIII. Não tinha ainda visionado este filme sobre a sua vida e aproveitei a ocasião da Celebração do Bicentenário de Frankenstein (1818) pelo MOTELX para visionar este filme.
A acção inicia-se com a vida de Mary antes de escrever a sua obra mais famosa e dando conta dos factos e situações que se foram passando na sua vida que levaram à escrita de Frankenstein. Naturalmente, embora biográfico, este filme não deixa de ser ficção e dramatiza em muito os factos ocorridos na vida de Mary bem com os seus sentimentos mas é, no entanto, bastante preciso.
Para quem não conhece a vida de Mary mas aprecia a sua obra, este é um romance gótico a não perder.

Nota: 7/10

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Ghostland - A Casa do Terror (2018)

Sinopse: Depois da morte da sua tia, Colleen e as filhas herdam a sua casa. Durante a primeira noite passada no novo lar, intrusos entram pela casa adentro, obrigando Colleen a lutar pela vida das suas filhas. Depois dessa noite, tudo muda. A filha mais velha, Beth, torna-se uma consagrada autora de literatura de terror, já a sua irmã, Vera, vai perdendo a sanidade e vive em constante paranóia. Dezasseis anos depois, mãe e filhas reúnem-se na casa onde Colleen e Vera continuam a viver. É nesse momento que começam a acontecer incidentes estranhos. 

Opinião: Pascal Laugier, realizador francês que muito aprecio e que dirigiu o meu filme preferido Martyrs (2008), volta com mais uma longa que seria impossível de perder. 
A acção começa com uma mãe e duas filhas que herdam a casa de uma tia e decidem ir para lá viver. No caminho para a casa, já vamos recebendo alguns sinais de que algo está errado e ao chegarem a casa são quase imediatamente atacadas por intrusos. Laugier não nos deixa muito em sofrimento à espera da acção pois cedo começa a luta destas mulheres pela sua vida. No entanto, apesar da sinopse, a reviravolta acontece mais ou menos a meio do filme, ao invés do habitual final. Todos os ingredientes estão lançados com uma forte aposta em fazer algo diferente do que estamos habituados, como aliás tem vindo a ser costume deste realizador.
Um filme forte, com boas actrizes a não perder de todo.

Nota: 8/10

Puen Tee Raluek (2017) aka The Promise

Sinopse: Em 1997, ocorreu na Tailândia um desastroso crash financeiro que deixou, do dia para a noite, milhares de famílias sem nada. O futuro brilhante que duas amigas, Boum e Ib, imaginaram para si mesmas, desmorona-se quando descobrem que as suas famílias estão falidas. As obras de construção de um condomínio de luxo, em que os pais delas investiram em conjunto, foram suspensas. Todos os seus bens são apreendidos para pagar dívidas. Incapazes de aceitar a dura realidade, decidem juntas pôr um término à sua vida numa das torres inacabadas. A promessa, no entanto, não é encarada de igual forma pelas duas amigas.

Opinião: Mais uma aposta no escuro num filme oriental, The Promise é um filme tailandês de 
Sophon Sakdaphisit cujo nome já não nos é estranho. Ladda Land e Shutter são bons filmes onde participou como escritor.
A acção começa com duas melhores amigas, filhas de famílias abastadas, que de repente se vêm em dificuldades devido a um crash financeiro. Perante uma série de dificuldades prometem fazer sempre tudo juntas e decidem suicidar-se juntas. A esta altura, já o espectador está completamente cativado pelas personagens, o que é um ponto interessante visto na maior parte dos filmes orientais haver uma componente dramática que não existe (ou existe de forma bastante banal) em outros filmes em que a violência é entregue gratuitamente. A construção da tensão e a cinematografia estão muito boas mas são mesmo os actores que são soberbos neste filme.
Tenso, com um final interessante e com uma carga dramática enorme, é um filme a não perder.

Nota: 7/10

A Filha (2003)

Sinopse: Ricardo Monteiro tem 45 anos e é um mediático produtor e apresentador de televisão. Acaba de ganhar a Estrela de Ouro para o programa mais popular do ano quando recebe um ultimato da sua filha, Leonor: se ele não voltar para casa a tempo de celebrar o aniversário dos seus 18 anos, nunca mais a verá. Ao chegar a casa, depara-se com o apartamento vazio e a filha desaparecida. Ricardo pensa tratar-se de um jogo, mas na ausência de telefonemas e mensagens começa a preocupar-se. Outra rapariga, mais ou menos da idade de Leonor, Sara, diz poder ajudar a encontrá-la. Mas Sara vai descobrir da pior forma as razões que levaram Leonor a fugir de casa.

Opinião: Não conhecia este filme português e o MOTELX providenciou esta excelente oportunidade. De 2003, com o falecido actor Nuno Melo serve um tributo ao mesmo e apresenta Solveig Nordlund, realizadora sueca a viver em Portugal.
A acção inicia com Ricardo, produtor de televisão muito envolvido na sua profissão e que aparentemente negligencia a sua filha que lhe faz um ultimato: ou ele vem para casa ou desaparece para sempre. Sempre num pânico crescente devido ao desaparecimento da filha, Ricardo começa a denotar algumas reacções estranhas.
Este é claramente um thriller psicológico muito bem elaborado com a performance habitual que Nuno Melo nos habituou e uma fabulosa actuação de Joana Bárcia. Embora lhe falte alguns elementos visuais mais agressivos, penso que o que é deixado à nossa imaginação é bem mais perturbador.
Um filme português a não perder.

Nota: 8/10

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Pengabdi Setan (2017) aka Satan's Slaves

Sinopse: Rini tem vivido em casa da avó com os pais e os três irmãos mais novos depois de terem vendido a sua para comprar medicamentos para a mãe, que padece de uma doença misteriosa há anos. Após a sua morte, o pai de Rini ausenta-se em trabalho. Mas cedo começam a sentir presença da mãe na casa. As coisas pioram quando os jovens se apercebem que este regresso não é apenas para os visitar mas para os levar com ela.

Opinião: Nunca havia visto um filme indonésio, de terror ou não, e pareceu-me este uma boa escolha para ser o primeiro. Na verdade, se todos os filmes indonésios têm esta qualidade, então venham eles em força.
A acção apresenta-nos uma família que sofre com a misteriosa doença da mãe e consequentemente com a falta de meios para sustentar toda a situação. O aspecto da mãe doente lembra em muito filmes como "The Grudge" ou "The Ring" e isso por si só, parece sugerir que talvez exista uma presença demoníaca envolvida nesta suposta doença. O desenvolvimento desta suposição ganha forma após a morte da mãe. Esta longa é-nos entregue de forma lenta mas não demasiado lenta: apenas o suficiente para absorvermos a magnifica cinematografia, a música, a genial construção da tensão e os actores muito bons. É assustador, tem uma muito boa história e prende-nos do principio ao fim.
Este é mesmo um must-see.

Nota: 8/10

Unsane (2018)

Sinopse: Uma jovem deixa a sua cidade natal para escapar do seu passado conturbado. Quando é involuntariamente colocada numa instituto psiquiátrico, Sawyer vê-se obrigada a confrontar o seu maior medo. Mas será tudo real ou uma ilusão criada por ela? Com aparentemente ninguém disposto a acreditar nela e sem a ajuda das autoridades, Sawyer vai ter de enfrentar todos os seus medos e fazer tudo para sobreviver.


Opinião: Filme de Steven Sodenberg com uma boa premissa e inteiramente filmado com um Iphone pareceu-me de imediato um daqueles filmes a não perder. 
A acção acompanha Sawyer, uma jovem que mudou tudo na sua vida devido a um evento conturbado e que procura ajuda junto de um psiquiatra. Mas a ajuda que procura é, de alguma maneira, mal interpretada e Sawyer vê-se involutariamente colocada num instituto psiquiatrico. Está de facto dirigido com mestria, a forma como todos estes factos de vão desenrolando à medida que esta sucessão de "azares" vão acontecendo a Sawyer e a tensão claustrofobica criada no clima de injustiça e impotencia.
Os actores espectaculares, especial destaque para a protagonista que praticamente nos faz sentir como ela e também Joshua Leonard, tão bem conhecido pelo papel de Josh em O projecto de Blairwitch (1999).
Definitivamente um bom thriller.

Nota: 7/10


Cold Skin (2017)

Sinopse: Nos limites do círculo Antártico, pouco depois do término da 1.ª Guerra Mundial, um barco a vapor aproxima-se de uma ilha desolada longe das rotas marítimas. A bordo encontra-se um jovem, prestes a assumir o cargo de observador meteorológico e a viver em solidão no fim da terra. Mas em terra não encontra vestígios do homem que vinha substituir, apenas um náufrago que testemunhou um horror do qual se recusa falar. Durante os próximos 12 meses o seu mundo consistirá de uma cabana, árvores, rochas, silêncio e mar em redor. Até que a noite começa a cair…

Opinião: Assim que vi a sinopse deste filme, lembrei-me de imediato de algo do género da série The Terror, embora situada em épocas diferentes. De facto, embora haja algumas semelhanças, Cold Skin é bastante diferente.
A acção começa com um jovem que vai substituir um homem no cargo de observador meteorológico durante um ano numa ilha isolada. Claramente, Friend, pretende fugir de algo na sua vida e aproveitar um ano de paz e sossego. Ao chegar à ilha tenta levar uma vida tranquila até que recebe umas visitas estranhas durante a noite.
A cinematografia é magnífica: tudo brilhantemente captado acompanhado de música excelente e com bons actores. É difícil explicar o ponto negativo deste filme sem ser spoiler mas vou tentar fazê-lo. A história é confusa, os motivos pelos quais acontecem certas coisas não são clarificados e acaba por deixar toda uma série de perguntas por responder. Implicitamente, quererá o realizador transmitir e condenar uma situação de xenofobia mas com uma história pouco coerente.

Nota: 5/10

The Nun - A Freira Maldita (2018)

Sinopse: Quando uma jovem freira numa abadia isolada na Roménia tira a sua própria vida, um padre com um passado assombrado e uma noviça no limiar dos seus votos finais são enviados pelo Vaticano para investigarem este caso. Juntos descobrem o segredo profano da ordem. Pondo em risco as suas vidas, a sua fé e as próprias almas, confrontam uma força maléfica na forma da mesma freira demoníaca que aterrorizou os espectadores em “The Conjuring 2”, e a abadia torna-se num campo de batalha entre os vivos e os malditos. Depois de “Annabelle”, trata-se do segundo spin off da saga realizada por James Wan, que aqui surge como produtor. Nos créditos encontramos também Gary Dauberman, argumentista de “It” e na realização Corin Hardy, conhecido do público do MOTELX quando veio apresentar “The Hallow” em 2016.

Opinião: Um dos filmes mais aguardados do ano que tive a oportunidade de assistir em antestreia. Apesar de todo o alarido em volta deste spin off, mantive as minhas expectativas em baixo caso pudesse haver alguma surpresa e, de facto, as minhas suspeitas confirmaram-se.
Um padre é chamado ao Vaticano para investigar a morte de uma freira na Roménia sendo-lhe pedido para levar consigo uma jovem noviça para o ajudar na tarefa. O porquê da escolha deste padre e desta noviça permanece inexplicável. A acção é muito básica não providenciando nem o mistério, nem a profundidade necessária às personagens para cativar o espectador. Para além disso, em muitos momentos em que parece que a tensão vai crescer, é cortada abruptamente pelas piadas de Maurice que é tido, penso eu erroneamente, como elemento de pouco interesse.
Taissa Farmiga faz um trabalho magnifico na sua interpretação mas não é o suficiente para salvar este filme. Cheio de clichés, sem história, sem uma construção de tensão propriamente dita mas com uma boa cinematografia e banda sonora, A Freira Maldita ficou muito aquém do expectável tendo em conta todos os elementos que tinha a seu favor.