quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Little Deaths (2011)

Sinopse: “Pequena morte” (petite mort) é uma expressão francesa que define orgasmo e dá o título a esta colectânea de três curtas-metragens, em torno da temática sexo & morte. Em «House & Home», de Sean Hogan («Lie Still»), um casal realiza sádicos jogos sexuais com jovens mendigas inocentes, até que se cruzam com uma não tão inocente. «Mutant Tool», de Andrew Parkinson («I, Zombie»), acompanha os resultados de uma experiência com sémen de humanos mutantes criados pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. «Bitch», de Simon Rumley («Red, White & Blue»), segue uma relação sentimental alternativa centrada em torno de uma rotina canina que certo dia perde a graça.

Opinião: Temos aqui um "filme" de hora e meia constituído por três curtas que rondam em muito a temática do sexo. Das três a minha preferida é a primeira curta em que um casal leva mendigas para casa para fazerem os seus jogos sexuais. No entanto esta mendiga é diferente das outras e bem estranha... Para os fãs do gore esta é a melhor curta.
A segunda curta metragem é também interessante, creio no entanto que perde e muito com o final que é péssimo. Cruza-se nesta curta a história de uma prostituta a tentar limpar-se dos seus problemas com a droga com um médico que continua experiências iniciadas pelos nazis. Esta acho que se aplica mais aos fãs do sádico doentio e perturbador...
A terceira curta, para mim, é a pior de todas. Uma história altamente parva e incredível mas que no entanto tem uns últimos 15/20 minutos interessantes. Não consigo associá-la a nenhum tipo de terror...
Todas estas curtas metragens tem grandes reviravoltas finais o que as torna apetecíveis. Aconselho a dar uma olhada pois, não sendo um filme, apresenta uma boa proposta de entretenimento para os fãs do género. É uma mais valia em termos de conhecimento.

Nota: 7/10

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Os Olhos de Júlia (2010)

Sinopse: Júlia, uma mulher que sofre de uma doença degenerativa da vista, encontra a irmã gémea Sara, que já cegara devido ao mesmo problema, enforcada na cave da sua casa. Apesar de tudo apontar para que se trate de suicídio, Júlia decide investigar o que ela intuitivamente sente ter sido homicídio, penetrando num mundo obscuro que parece esconder uma misteriosa presença. À medida que Júlia começa a desvendar a terrível verdade acerca da morte da irmã, a sua visão vai-se deteriorando, até que uma série de mortes e desaparecimentos inexplicáveis se cruzam no seu caminho... 


Opinião: Os Olhos de Júlia não vem acrescentar nada de novo ao género mas é no entanto um filme bom que nos mantém presos ao ecrã nestas quase duas horas de filme. 
Tal como figura na sinopse, Júlia encontra a irmã gémea enforcada na cave de sua casa e ao achar estranho o suicídio da irmã decide investigar um possível crime. À medida que tudo se desenrola, Júlia vai descobrindo mais acontecimentos estranhos e perdendo a visão ao mesmo tempo com a mesma doença de que padecia a irmã gémea. 
O ambiente deste filme é excelente. Na primeira hora de filme o realizador foi um mestre ao nos confundir entre o ambiente negro, paranormal e a realidade, deixando-nos na dúvida se estamos na presença de alguém real ou de um espírito mau. Os actores são muito bons, com especial destaque para a protagonista que faz o papel das duas irmãs (embora uma delas com poucas aparições). 
A história está muito bem pensada, apesar de apresentar alguns clichés habituais dos filmes de terror/thriller, como a polícia começar a não levar as queixas de Júlia a sério ou as habituais corridas a fugir ou perseguir não se sabe bem o quê. 
Confesso que tive alguns vislumbres e misturas em algumas cenas de O Projecto Blairwitch e outros filmes do género e de Abandoned, um filme que é a perfeita teoria da conspiração. Para os mais ansiosos, o final do filme tem umas três ou quatro cenas mais gore para fazer as suas delícias mas não é no entanto um grande final, tendo bastante potencial para ser mais interessante e acompanhar a primeira hora de filme. 
É um bom filme para entreter. 

Nota: 7/10 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

The Woman (2011)

Sinopse: Christopher Cleek, advogado e firme chefe de família, numa tarde de caça, cruza-se com uma mulher selvagem que habita nos bosques que circundam a sua casa. Cleek decide apresentá-la à família. Após uma série de assustadores encontros todos começam a perceber que há algo mais por detrás desta mulher e que por vezes o diabo se apresenta com um sorriso.

Opinião: Embora muitos digam que este filme não se trata exactamente de um filme de terror, considero que o é e um dos melhores que vi nos últimos tempos. Não tem muito gore a não ser na cena final, por isso quem procura um filme cheio de torturas e sangue infligido à The Woman, como a própria sinopse parece sugerir, vai sair muito desiludido. O terror chega ao público de forma muito psicológica e de uma maneira muito subtil, pois quando damos por nós estamos completamente absorvidos no que se passa naquela família.
Cleek, o chefe da família, ao caçar no bosque encontra uma mulher em estado selvagem e decide levá-la para casa para civilizá-la. Apresenta-a à família e distribui as tarefas de como todos deverão "cuidar" desta mulher. É aqui que nos apercebemos que há algo errado e disfuncional  pois as mulheres parecem viver num estado de apatia e de medo. Estando a mulher num estado selvagem e não compreender nem ter noção do que lhe estão a fazer, o seu sofrimento começa com o tentarem lavá-la, alimentá-la com talheres, vestirem-lhe uma roupa e mantê-la presa pelos braços e pernas.
Os actores deste filme são qualquer coisa de fenomenal com especial destaque para o pai que transmite na perfeição a disfuncionalidade do seu comportamento para com a família. Em certas alturas temos uns momentos de humor (negro a meu ver) que penso tenham sido criados para aliviar a tensão.
No festival Sundance houve um senhor que se levantou e acusou este filme de ser misógino: eu NÃO concordo. Acho que este filme pretende retratar um caso muito actual de violência doméstica, como existem homens que de facto tratam mulheres desta forma, como existem mulheres que vivem presas nesta vida e não conseguem sair e como esta atitude se pode perpetuar pelas gerações, que está bem patente no papel do único filho homem da família. O The Woman ao mesmo tempo que mostra cruamente esta violência, coloca a mulher selvagem num papel de heroína que vai "salvar o mundo". Prova que mesmo em estado selvagem, tem a noção do certo e do errado ao contrário dos filmes de terror normais em que a dicotomia é entre o bem e o mal. Ao mostrar um retrato de violência doméstica e ódio às mulheres, mostra a crítica ao facto disto existir utilizando a mulher selvagem para isso.

Creio que a cena final podia ter sido mais lenta e até violenta. As coisas acabam por se desenrolar muito rapidamente quando podiam ser mais bem exploradas e aproveitadas. Gosto também de uma dicotomia no final que mostra que é possível ser-se ainda mais selvagem do que a mulher selvagem e prova que ela tem um pouco de humanidade também. Como figura no poster do filme: "Not every monster lives in the wild"
Muito importante: antes de visionarem o filme, procurem o significado de anoftalmia (perceberão depois porquê).
Aconselho vivamente o visionamento, é um grande abre olhos para muitos.

Nota: 8/10

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Exorcismo (2010) (aka Exorcismus: The possession of Emma Evans)

Sinopse: Emma Evans (Sophie Vavasseur) não tem boa relação com os seus pais que, para ela, são autoritários e a oprimem. Em busca de sua identidade, a jovem decide libertar os seus desejos mais profundos e, assim, desencadeia forças poderosas e malignas das quais perde o controle. Todo esse horror resultado das acções de Emma atormenta a sua família e ela descobre que há coisas que é melhor não desejar.


Opinião: Apesar deste filme ser dos mesmos produtores de REC (um filme de terror muito bom), pensei que fosse outra banhada estilo O Último Exorcismo. Felizmente enganei-me. Dentro do género das possessões este é um filme que não desonra o título.
O início desta historia mostra-nos uma jovem adolescente, revoltada com os pais e com a sua vida em geral. Após uma discussão com a mãe, Emma tem uma convulsão e é levada ao hospital. Depois de exames feitos, tudo se encontra bem com a jovem e então os pais decidem que ela consulte um psiquiatra/hipnotista. Através do telemóvel a sua amiga e prima grava a sessão na qual o psiquiatra morre. O tio de Emma, um padre a quem no passado um exorcismo correu mal e a jovem que estava a tratar morre, oferece-se para ajudar a sobrinha e filma as sessões.
Todo o desenrolar do filme daqui para a frente mostra a tragédia que se abate sobre esta família mas o melhor mesmo é a reviravolta final que a meu ver dá todo o crédito a este filme, sendo que o resto não adianta nada de novo.
Gostei dos actores, especialmente de Sophie Vavasseur que é excelente na sua passagem de normal a possuída e vice-versa.
Aconselho.

Nota: 7/10

Frozen (2010)

Sinopse: Um dia típico de esqui nas montanhas torna-se um pesadelo para três esquiadores que ficam presos num teleférico antes da sua última descida. Os responsáveis da estação desligam as luzes da pista e o trio apercebe-se, em pânico, que foram esquecidos. Com o horizonte aterrador de hipotermia e queimaduras de frio cada vez mais perto, os amigos são forçados a tomar medidas extremas para saírem da montanha antes de morrerem gelados.

Opinião: Frozen é um dos filmes apresentado no MOTELx 2011 que, apesar de tudo, eu não classificaria como filme de terror mas sim como thriller.

O filme inicia com dois amigos e a namorada de um deles que passam o dia nas montanhas a esquiar. A jovem ainda está a aprender a esquiar e, apesar da renitência do amigo, o namorado insiste em integrá-la no grupo. No entanto o problema maior do trio estava ainda para vir. Na última descida do teleférico, o empregado da estação desliga o teleférico julgando não haver mais ninguém. Quando os jovens se apercebem disto ficam em pânico pois a estância só voltaria a abrir dali a quatro dias. 
A partir daqui todo o filme se desenrola em torno das emoções dos jovens e das adversidades a que estão sujeitos. Aqui não temos assassino, não temos fantasma, não temos psicopata. Temos as adversidades climatéricas e os perigos que se escondem numa montanha. Não tem muito gore, é aliás muito pouco e é um filme que nos prende do princípio ao fim para saber o que vai acontecer com o trio.
É de louvar como de uma ideia tão simples se faz um filme tão tenso. Aconselho o visionamento especialmente a quem gosta de um terror mais light.

Nota: 6/10
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1323045/

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MOTELx - 7 a 11 de Setembro no Cinema São Jorge em Lisboa

Decorre esta semana, de 7 a 11 de Setembro, o Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, MOTELx.
Este é um evento a não perder para todos o que que apreciam o terror de uma forma geral e para quem tem uma preferência especifica nas suas variantes.

O festival oferece-nos possibilidades interessantes, como as curtas-metragens, discussões e a oportunidade de trocar umas palavras com realizadores e/ou actores do cinema de horror. 

Saliento este ano a presença de Eli Roth, realizador de Hostel e Cabin Fever e uma maratona da série The Walking Dead, quem não pode seguir na televisão, aqui tem uma excelente oportunidade de "por a escrita em dia".

A não perder, filmes como The Ward, Wakewood, Hostel, Cabin Fever, The Woman ou Frozen e uma sessão de discussão sobre o cinema de terror em Portugal.


Site Oficial: http://www.motelx.org/ 

O Festival teve a sua sessão de abertura com Troll Hunter de André Øvredal, esgotada.