quinta-feira, 15 de setembro de 2016

The Devil's Candy (2015)

Sinopse: Música heavy metal, tinta fresca e a família são as paixões de Jesse, um pintor que luta por se afirmar. Vive feliz com a esposa Astrid e a filha adolescente Zooey, e as coisas melhoram ainda mais quando conseguem adquirir uma propriedade rural no Texas depois do preço baixar devido ao seu misterioso passado. No entanto, depressa tudo muda: o trabalho artístico de Jesse ganha novos e negros contornos, e as coisas pioram quando o filho dos antigos proprietários lhe bate a porta com o intuito de regressar a casa. Sean Byrne, o promissor realizador de “The Loved Ones”(MOTELX 2010), regressa num filme que classifica como uma “Opera Doom” devido a forte presença de heavy metal na banda sonora mas também na própria narrativa.


Opinião: Como fã de terror e heavy metal, este filme tornou-se praticamente obrigatório para além de ser o filme do encerramento do Motelx 2016.
A acção tem uma linha bastante clássica semelhante a tantos outros filmes ligados ao paranormal aos quais já estamos habituados: uma família que se muda para uma casa onde já ocorreram duas mortes e que por esse motivo é tão barata. No entanto, não se resume só ao paranormal mas também à perseguição do antigo proprietário (cujos pais morreram na casa). Acaba por ser uma espécie de paranormal misturado com home invasion.
Especial destaque para as personagens, muito bem construídas, actores excelentes que nos envolvem num filme nada aborrecido, com alguns momentos cómicos e uma excelente banda sonora. Tem mais de thriller psicológico que de horror mas altamente recomendável a quem gosta de terror e heavy metal.

Nota: 8/10

Southbound (2016)

Sinopse: Num longa autoestrada no deserto, vários viajantes – dois homens que fogem dos seus passados, uma banda a caminho do seu próximo concerto, um homem com dificuldades em chegar a casa, um homem a procura da sua irmã há muito tempo perdida e uma família a passar férias – são forcados a confrontar os seus piores medos e os seus segredos mais sombrios, em histórias aterrorizadoras que se cruzam na estrada aberta. 


“Southbound”é uma espécie de filme-compilação que junta e cruza vários enredos com personagens diferentes, vários pequenos filmes trazidos por uma equipa que na sua maioria trabalhou no já mítico “V/H/S” original e na sua sequela.

Opinião: Mais uma antologia trazida pelo Motel 2016 e verdade seja dita, muito bem trazida.
Esta antologia tem efectivamente uma linha de acção contínua embora com várias histórias entrelaçadas quase numa só. A qualidade da realização e ambiente é excelente, os actores muito bons e as histórias quase todas ao mesmo nível tornam esta antologia deliciosa.
Das cinco histórias, a minha preferida é sem dúvida a
do Acidente. A forma como o atropelamento foi retratado, a forma como o condutor tenta ajudar a vítima e o estado em que a vítima ficou, tudo foi realizado com mestria.
O mais interessante da acção entrelaçada desta antologia é o facto de o início ser o final do filme o que transmite a ideia de uma acção em círculo.
Muito bom, a não perder mesmo.

Nota: 7/10

Holidays (2016)

Sinopse: “Holidays” e uma antologia de terror que tem como tema central os feriados mais populares e amados do mundo. Trata-se de um filme que desafia o nosso folclore, tradições e preconceitos, tornando esta antologia uma celebração do terror naqueles dias especiais que se repetem ano após ano. 

Este conjunto de curtas-metragens encontra o lado negro e sangrento em datas como o Ano Novo, o Dia dos Namorados, a Páscoa ou o Natal, dias que apesar de serem de celebração causam sempre alguma ansiedade e preocupação. No leque de realizadores encontram-se alguns conhecidos do MOTELX como Nicholas McCarthy (“The Pact”e “Home”), Kevin Kolsch e Dennis Widmyer (”Starry Eyes”) ou Kevin Smith (“Red State”).

Opinião: É sempre difícil avaliar este tipo de filme como um todo, no entanto, sendo uma das antologias apresentadas no MotelX 2016 merece o seu destaque.
A antologia apresenta oito histórias baseadas no Dia de São Valentim, Dia de São Patrício, Páscoa, Dia da Mãe, Dia do Pai, Dia das Bruxas, Natal e Ano Novo. A melhor que quase nos deixa com um gostinho por uma longa-metragem será a do Ano Novo com gore e uma acção com algumas surpresas. As mais fracas serão a do Dia de São Patrício e a do Dia da Mãe, embora a primeira tenha uma menina com um ar mesmo assustador que podia ter sido conduzida de outra forma. Todas as outras são razoáveis, com destaque para a do Dia do Pai com uma acção bem inteligente.
A não perder.

Nota: 6/10

sábado, 10 de setembro de 2016

Holocausto Canibal (1980)

Sinopse: Uma equipa de filmagens, liderada pelo realizador Alan Yates, desaparece sem deixar rastos enquanto roda um documentário sobre canibais na Amazónia. O professor Monroe lidera uma equipa de salvamento, mas só encontra as bobinas deixadas pela equipa desaparecida. Em Nova Iorque, ele e os executivos da estação de TV assistem, em choque, ao material bruto filmado por Yates.

 “Cannibal Holocaust” foi banido em vários territórios e Deodato acusado de homicídio em Itália, tendo de provar que os seus actores estavam vivos. O realizador usou de forma engenhosa os mecanismos daquilo que se viria a chamar “found footage”, tornado popular com “The Blair Witch Project”, quase 20 anos depois.

Opinião: Pouco haverá mais a dizer sobre um clássico como este que já não se saiba. Para a época, um filme genial que veio chocar o mundo trazendo muitos dissabores ao seu realizador Ruggero Deodato.

A primeira parte do filme está baseada na expedição da equipa de salvamento para descobrir o que aconteceu com a equipa de documentários desaparecida há dois meses. Aqui são-nos apresentados alguns dos brutais costumes das tribos envolvidas e a forma como esta equipa de salvamento tenta ganhar a sua simpatia.
Na segunda parte, Deodato explora o que 20 anos depois viríamos a classificar de “found footage”. Para além do brutal gore e violência psicológica muito bem filmados para a época, o realizador devolve também uma forte crítica social aos Estados Unidos que nos é dada de forma, por vezes, não tão subtil, com o racismo e a dicotomia entre o selvagem e o civilizado e como os dois conceitos se confundem. Esta dicotomia é bastante notada na viragem dos primeiros 50 minutos para os últimos.
Um clássico obrigatório.

Nota: 10/10

Baskin (2015)

Sinopse: Cinco agentes da polícia estão a jantar quando são interrompidos por uma chamada de emergência de Inceagac, uma localidade conhecida por ser habitualmente o foco de estranhos rumores. Durante o caminho, uma figura ensanguentada na estrada fá-los despistar o carro para dentro do rio. Mesmo assim, os agentes conseguem chegar a Inceagac e descobrem num edifício abandonado vestígios de um culto que lhes irá literalmente abrir os portões do Inferno… 

Can Evrenol, velho conhecido do MOTELX, exibiu três das suas curtas no Festival, incluindo “Baskin” que deu origem a esta longa-metragem comparada a “Hellraiser” ou aos filmes de Lucio Fulci. Estreado em Toronto, “Baskin” ganha uma nova relevância à luz dos recentes acontecimentos políticos na Turquia.

Opinião: Não sendo um género popular na Turquia, era com grande curiosidade que aguardava esta longa-metragem.
A acção nao tem nada de especial, pelo menos nos primeiros cinquenta minutos de filme. Assistimos às conversas descontraídas dos polícias, com forte conotação sexual, até ao momento em que recebem uma chamada para se deslocarem a um local estranho. Aqui sim o ambiente começa a tornar-se assustador, nalguns momentos até a lembrar O Projecto Blair Witch. Também é a partir daqui que a linha da acção quase deixa de existir e fica tudo um pouco confuso num misto de sonho e realidade, criaturas comedores de carne, tortura etc
Sendo um primeiro trabalho turco neste âmbito, vale a pena ver embora com muitas questões a melhorar. Ambiente e actores muito bem, acção não devia ter sido tão descurada a favor do torture porn.

Nota: 6/10

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Polednice (2016) aka The Noonday Witch

Sinopse: A meio de um Verão atipicamente quente, Eliška muda-se para a aldeia onde o marido nasceu, com a filha pequena, Karolínka. O seu retorno está associado a um mistério que todos têm presente menos a rapariga. À medida que o calor se vai tornando insuportável, o mesmo se passa em relação à tensão entre mãe e filha. 

A juntar a isto, os locais começam a ver semelhanças entre a situação de Eliška e uma velha lenda da região. Sol escaldante e milharais dourados não são os ingredientes naturais de filmes de terror sobrenaturais, mas é essa a aposta do jovem realizador Jirˇí Sádek, de apenas 27 anos, em co-produção com a HBO. Esta estreia checa no MOTELX é inspirada por um poema homónimo de Karel Jaromir Erben, que ficou conhecido pela sua poesia baseada em temas tradicionais e folclóricos.

Opinião: Classificado com um filme de terror é mais um que, à semelhança de Shelley, engana e muito.
Q acção está bem construída, com alguns segredos para aguçar a curiosidade, mas ainda assim desenrola-se de maneira que rapidamente suscita falta de interesse. As personagens têm um bom desempenho, embora o guião por vezes deixe muito a desejar e a imagem, ambiente estão absolutamente perfeitos.
O facto é que não se trata de um filme de terror, quanto muito um drama familiar. Importa salientar que a nota a atribuir é do ponto de vista do filme de terror.

Nota: 6/10

The Neighbor (2016)

Sinopse: John e a namorada, Rosie, vivem em Cutter, no Mississípi, ganhando dinheiro com negócios ilegais. Um dia, Rosie olha através do telescópio que têm na sala e vê o vizinho Troy a fazer algo terrível no terreno no exterior da sua casa. 

Troy parece olhar na sua direcção. Quando John regressa a casa irá descobrir que espécie de mal se esconde na propriedade do vizinho. “The Neighbor” é o novo filme de Marcus Dunstan, depois de “The Collector” (2009) e “The Collection” (2012), ambos com o actor Josh Stewart e com um conceito de algum modo similar - pessoas encurraladas dentro de casas. Dunstan forma uma dupla de argumentistas com Patrick Melton, com o qual também escreveu várias sequelas de “Saw”.

Opinião: Marcus Dunstan demonstra já ser um mestre em filmes passados dentro de casas com pessoas encurraladas, perseguidas e em luta pela sobrevivência.
No  inicio do filme, estamos a falar talvez dos primeiros quarenta minutos, a acção é construída por forma a dar uma base às personagens fazendo com que o espectador simpatize com as mesmas. Ao mesmo tempo é-nos, a pouco e pouco, sugerido o que está errado e que vai ser então o fio condutor da acção.
Um tensão brutal, o ambiente perfeito e Josh Stewart mais uma vez a dar cartas no papel principal.
Bom filme a não perder.

Nota: 7/10

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Shelley (2016)

Sinopse: Elena, uma jovem romena, chega à Dinamarca para trabalhar como governanta na casa de campo de um casal, Louise e Kasper. A rotina de Elena inclui cuidar da frágil Louise, que devido a um aborto espontâneo ficou impossibilitada de ter filhos. Desesperada por ser mãe, Louise oferece uma avultada soma de dinheiro para que Elena seja barriga de aluguer. 


A sua gravidez traz alegria à casa, mas o comportamento de Elena altera-se. Parece que a vida dentro dela está a tomar forma demasiado depressa... “Shelley” foi rodado na Suécia, por um realizador iraniano, com produção dinamarquesa. Estreou no último Festival de Berlim, convoca clássicos como “Rosemary’s Baby” e “The Omen” mas num contexto socioeconómico europeu muito contemporâneo.

Opinião: Com uma sinopse que não desperta grande interesse, a curiosidade por ser um dos filmes candidatos ao Prémio Melhor Longa Europeia MotelX 2016 foi mais forte.
A acção decorre de forma muita lenta e aborrecida e deixa muitas pontas soltas relativamente ao modo de vida do casal. Todo o filme tem um ar mais de drama do que propriamente terror, não há gore, não há possessões (como a certa altura se dá a entender) e no final não se entende muito bem o que afinal se passou ali.
O ambiente torna-se interessante do ponto de vista em que vivem numa casa de campo sem luz, sem agua canalizada e apenas com um telefone fixo para permanecerem contactáveis. As personagens não criam grande empatia
embora o casting das mesmas, especialmente Elena, tenha sido feito de forma inteligente.
Não é de todo um filme que recomendaria como terror.

Nota: 6/10

Nem Respires (2016)

Sinopse: Três jovens ladrões decidem fazer um último golpe juntos, um assalto à casa de um homem cego abastado. Depois de criarem o plano perfeito, arrancam para aquele que julgam ser o assalto mais simples que já levaram a cabo. Mas estão enganados. O dono da casa esconde vários segredos e vai-se revelar um grande obstáculo para eles. 

Depois de realizar o remake do famoso “Evil Dead”, Fede Alvarez volta a dar cartadas no género de terror com um filme de home-invasion ao contrário. Elementos fundamentais deste subgénero como o som, o silêncio, o espaço limitado da acção e a movimentação das personagens complementam-se aqui de forma perfeita e dão à luz momentos de tensão de cortar a respiração.

Opinião: Aguardava com alguma expectativa o visionamento deste filme, não só por ser o escolhido para a cerimónia de abertura do MotelX 2016 mas também por ser obra do realizador do excelente remake de Evil Dead.
A acção tem uma linha até bastante simples, permite-nos perceber o background das personagens até ao momento do assalto à casa. A partir daqui, muda completamente a perspectiva em que a vítima passa a ser o atacante.
O ambiente é extremamente tenso, num jogo de gato e rato, complementado com algumas surpresas por parte do homem cego e aparentemente inofensivo. Fede Alvarez provou que vai continuar a dar cartas no género e ficamos a aguardar os próximos.
Foi um excelente início de programa para o MotelX 2016 e estreia amanhã dia 08/09 nas salas de cinema portuguesas.


Nota: 9/10

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

The Conjuring 2 - A Evocação (2016)

Sinopse: O reputado casal de investigadores de fenómenos paranormais formado por Ed e Lorraine Warren, embarca num dos casos mais aterradores da sua carreira e viaja até Enfield, a norte de Londres, para ajudar uma mãe solteira a criar quatro crianças numa casa assombrada por espíritos maliciosos.


Opinião: Embora seja um filme que nao desaponta enquanto sequela, acaba por deixar um sentimento de qualquer coisa em falta.
A acção é muito semelhante ao primeiro, com a possessão de uma menina por um espírito extremamente agressivo. Tudo se desenrola em torno da luta da família contra este espírito e de como o casal Warren é enviado a Londres para proceder à investigação sobre a veracidade da possessão ou não. 
Em certas cenas, sendo um filme de terror, existe um apelo exagerado ao sentimento nomeadamente entre o casal Warren que, a meu ver, ficam um pouco deslocadas.
Foi jogar pelo seguro, manter o mesmo ambiente, mesmo tipo de acção e eis que temos uma sequela de A Evocação (2013), de longe muito melhor que este.

Nota: 6/10

quinta-feira, 3 de março de 2016

Annabelle (2014)

Sinopse: Ela assustou-nos a todos em "The Conjuring –A Evocação", mas este é o lugar onde tudo começou para Annabelle. Capaz de um mal indescritível, a boneca real existe e está fechada num museu oculto em Connecticut, recebendo apenas a visita de um padre que a abençoa duas vezes por mês. 

"Annabelle" o novo Thriller sobrenatural da New Line Cinema começa antes do mal ter sido libertado. John Form encontrou o presente perfeito para a sua esposa grávida, Mia, uma rara e bela boneca vintage com um vestido de casamento branco puro. Mas a alegria de Mia com Annabelle não dura muito tempo. Numa noite horrível, a casa é invadida por membros de um culto satânico, que atacam violentamente o casal. Mas sangue derramado e um rasto de terror não é tudo o que deixaram para trás. Os membros do culto invocaram uma entidade tão maléfica que nada do que fizeram pode comparar-se à entidade maligna que é agora ... Annabelle.

Opinião: Guardei alguma expectativa relativamente a este filme, principalmente por ser um spin-off de A Evocação (2013)  , mas também pelo trailer apelativo. Infelizmente não se mostrou assim tão interessante como prometia.
A acção consegue prender desde o início com a explicação da forma como a boneca Annabelle foi possuída por um espírito maligno e o desespero do casal com um recém-nascido em perceber os eventos estranhos que se passam em sua casa.
Os actores até são bastante credíveis e o ambiente bem criado, no entanto não traz de novo ao género lembrando por vezes Insidious ou The Possession. 

Nota: 6/10

Insidious: Chapter 3 (2015)

Sinopse: Desta vez, os acontecimentos narrados dizem respeito a um tempo anterior ao assombro da família Lambert. Acompanhamos a psíquica Elise Rainier, que acaba por aceitar, apesar de não logo à primeira, o caso de uma adolescente que se tornou instrumento duma entidade sobrenatural. Rainer terá de estabelecer contacto com o além e comunicar com os mortos para ajudar a jovem e salvar-lhe a vida.


Opinião: Insidious 3 desta feita pela mão de Leigh Whannell, é uma prequela aos dois primeiros filmes e incide principalmente na personagem de Elise Rainier e na sua dificuldade em lidar com o seu dom de comunicar com o além.
A acção inicialmente consegue-nos prender ao drama pessoal da jovem Quinn que tenta desesperadamente contactar com a falecida mãe. Provavelmente devido a estas tentativas, Quinn atrai um outro espirito maligno. Até aqui a acção ate faz sentido mas começa a tornar-se repetitiva, sem nada a ver com os filmes passados e ridícula com a chegada de uma espécie de “caça fantasmas” que acabam por destruir o pouco ambiente que a acção conseguiu criar.
Os actores são credíveis e o guião também não está mal. São de esperar alguns sustos e é um filme que entretém, no entanto, nada com a qualidade dos filmes anteriores.

NOTA: 6/10